O tabaco e os charutos produzidos no Recôncavo Baiano estão prestes a receber o selo de Denominação de Origem (D.O.), um marco para a proteção, a valorização e o reconhecimento dos produtos tradicionais da região. O lançamento oficial ocorre nesta segunda-feira (1º), às 9h30, no Auditório da Diretoria da FIEB, no Stiep, em Salvador.

A iniciativa é liderada pela Associação dos Produtores de Charutos Artesanais do Brasil (APCAB) e representa um passo histórico para o setor e para as comunidades produtoras do Recôncavo, reconhecido nacional e internacionalmente pela qualidade singular de seu tabaco. A estruturação das Denominações de Origem é fruto de parceria técnica entre a APCAB, a Inovates e o apoio institucional da Foco – Relações Governamentais.

A partir do lançamento, serão estabelecidas duas D.O.s:
• D.O. Tabaco do Recôncavo Baiano, certificando a origem da matéria-prima tradicional e seu reconhecimento internacional.
• D.O. Charuto do Recôncavo Baiano, que atestará a origem do produto final, seu caráter artesanal e padrão premium diretamente ligado ao território.

Para o produtor e empresário José Antônio Martins Monteiro, proprietário da JAMM Cigar e representante da APCAB, o impacto será amplo. Segundo ele, a D.O. promove proteção legal, diferenciação competitiva e valorização cultural. “O selo vai ainda ajudar a fomentar o desenvolvimento sustentável, a geração de renda, a permanência populacional, a reinserção produtiva e o turismo cultural no Recôncavo”, afirma.

A tradição do charuto baiano remonta ao início do século XIX, com manufaturas que preservam métodos históricos e sustentam uma cadeia produtiva intensiva em mão de obra. A Bahia concentra a maior parte da produção nacional e mantém forte vínculo entre o produto e sua identidade territorial.

Para o presidente da APCAB, Lorenzo Orsi, as Denominações de Origem representam tanto a proteção da autenticidade dos produtos quanto o fortalecimento da competitividade global do setor. Segundo ele, a iniciativa contribuirá para “promover, unir e fortalecer a cadeia produtiva do tabaco e do charuto baiano, inaugurando uma nova fase de reconhecimento global e desenvolvimento sustentável”