
O Porto São Félix se transformou em um verdadeiro palco cultural no último domingo (3) com o encerramento do Encontro Ponte Para as Filarmônicas, que reuniu mais de 50 músicos em uma apresentação coletiva de forte carga simbólica. O evento marcou o fim de dois dias de oficinas, ensaios e trocas entre seis filarmônicas do Recôncavo Baiano e integrantes da Orquestra Afrosinfônica, em uma celebração da memória, da formação musical e do patrimônio imaterial da região.
Realizado pela Casa da Ponte, o encontro aconteceu nos dias 2 e 3 de agosto, com atividades formativas voltadas para instrumentos de sopro e percussão. Participaram as filarmônicas Filhos de Apolo (Santo Amaro), Euterpe Cruzalmense e Lira Guarani (Cruz das Almas), 5 de Março (Muritiba), Lyra Ceciliana (Cachoeira) e União Sanfelixta (São Félix), além de músicos convidados da Orquestra Afrosinfônica.
Durante o fim de semana, os músicos participaram de oficinas de flauta, clarinete, saxofone, trompete, trombone, tuba, bombardino, percussão e arranjos, ministradas por nomes como o maestro Ubiratan Marques, os professores Julio Sant’Anna, Indira Dourado, Vinicius Freitas, Everaldo Pequeno, Rosa Denise, Fernando Rocha e Amanda Rodovalho.
Para o maestro Bira Reis, a iniciativa reafirma o poder transformador da música de banda no Brasil:
“A filarmônica cumpre um papel educacional, social e cultural, porque é um dos movimentos mais importantes que existem hoje no Brasil. Já tive oportunidade de viver muita coisa, tocar com muita gente, mas este é um dos momentos que me sinto mais realizado em ver esta beleza.”
O projeto integra uma nova frente territorial da Casa da Ponte, voltada à valorização das filarmônicas baianas, com foco na formação continuada, visibilidade pública e fortalecimento institucional. Muitas das bandas envolvidas têm mais de 100 anos de existência, sendo símbolos vivos da cultura do Recôncavo Baiano.
“A maioria das filarmônicas aqui representadas são centenárias. Manter esse processo vivo, atrair jovens para estudar numa instituição de música, é uma missão árdua”, destacou Vinicius Freitas, coordenador do projeto.
A apresentação final atraiu moradores e visitantes ao Porto São Félix, encerrando o encontro com interpretações coletivas que emocionaram o público e reafirmaram o papel das filarmônicas como guardadoras da memória musical da Bahia.
O projeto Ponte Para as Filarmônicas conta com apoio financeiro do Governo do Estado da Bahia, por meio do Fundo de Cultura da Bahia / Programa de Apoio a Ações Continuadas.