
Pessoas que recebem benefícios sociais terão até 31 de dezembro de 2027 para emitir a nova Carteira de Identidade Nacional (CIN), que passa a ser a base do cadastro biométrico obrigatório no país. As regras foram divulgadas nesta quarta-feira (19) pelos Ministérios da Gestão e da Previdência Social e têm o objetivo de reduzir fraudes e golpes em programas sociais.
A partir desta sexta-feira (21), novos beneficiários que não possuem biometria registrada em documentos oficiais — como identidade, CNH ou cadastro da Justiça Eleitoral, já precisarão realizar o registro para acessar benefícios.
Benefícios com prazo diferenciado
Há exceções para quem recebe:
Bolsa Família
Abono salarial
Seguro-desemprego
Salário-maternidade
Pensão por morte
Benefício por incapacidade temporária
Para esses grupos, a exigência passa a valer apenas em 1º de maio de 2026. Também a partir dessa data, usuários sem biometria cadastrada poderão solicitar benefícios somente com a nova carteira de identidade.
Para novos beneficiários que já têm registro biométrico no TSE ou na CNH, a exigência da CIN começa apenas em 1º de janeiro de 2028.
Regras para quem já recebe benefícios
Para esse público, a biometria será solicitada apenas em procedimentos de manutenção, como:
Prova de vida
Revisão cadastral
Quem não tem biometria registrada poderá fazer o cadastro até 31 de dezembro de 2026. A partir de 1º de janeiro de 2027, o uso da CIN se torna obrigatório. Para beneficiários que já possuem biometria, a obrigatoriedade do novo documento valerá apenas a partir de 1º de janeiro de 2028.
Quem não será obrigado
Estão dispensados do cadastro biométrico:
Idosos com mais de 80 anos
Migrantes
Moradores de áreas de difícil acesso
Pessoas com dificuldade de deslocamento
Brasileiros residentes no exterior
Segundo os ministros Esther Dweck e Wolney Queiroz, o governo está preparado para evitar que o novo sistema impeça o acesso aos auxílios:
“O governo fará processo de busca ativa”, afirmou Esther Dweck.
“Com prazos dilatados, estamos mais tranquilos”, disse Wolney Queiroz.
Hoje, 84% dos 68 milhões de beneficiários já possuem biometria em bases federais — principalmente adultos. Crianças representam a maior parte do grupo ainda sem registro.
A biometria obrigatória foi aprovada pelo Congresso e sancionada em dezembro de 2024. O sistema, regulamentado em julho de 2025, utilizará exclusivamente o CPF como número identificador no novo documento.
Mais de 150 milhões de brasileiros já têm biometria nos sistemas públicos, o que, segundo o governo, facilita a transição.